sábado, 17 de março de 2012

Uma paixão chamada Jornalismo

Por Abidias Martins 


Quero começar este texto com a brilhante citação de Gabriel Garcia Marquez: “Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.”

Deste trecho ainda quero destacar a seguinte frase: “Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz...”

Essas palavras definem muito bem o perfil de um candidato ao posto de jornalista. De fato, é preciso ter nascido para isso, tem que correr nas veias a paixão por esta profissão, ou do contrário, a pessoa pode não corresponder às exigências necessárias para o exercício desse ofício.

Muitos demoram a descobrir a vocação e escolha profissional. Algumas chegam até a fazer testes vocacionais para tentar descobrir com o que se identificam. Isso não aconteceu comigo! Sempre gostei de comunicação e nunca tive dúvida de que seria no jornalismo que eu me realizaria como pessoa e como profissional.

Essa paixão se intensificou quando aos 15 anos comecei a fazer um programa na Rádio São Luís FM. Fiquei deslumbrado com o estúdio e com toda a magia envolvida naquela transmissão; coisas que só quem experimentou desta prática pode entender. Daí por diante tive a confirmação daquilo que já imaginava.

Escolhi o jornalismo com a certeza de que em nenhuma outra profissão poderia ser mais feliz e realizado. Escolhi o jornalismo porque descobri que por meio dele eu poderia contribuir, efetivamente, para uma sociedade mais justa e igualitária. Escolhi o jornalismo por acreditar que é preciso atuar em algo que nos faça transpirar de emoção e prazer, pois o trabalho de nada valeria se não fosse feito com amor. Não escolhi o jornalismo por causa do salário, aliás, se fosse por isso eu não escolheria, existem outras profissões em que se ganha muito mais... Também não escolhi o jornalismo de forma irracional; escolhi com a convicção de que será necessário enfrentar muitas barreiras para que prevaleça a ética e a responsabilidade na atuação profissional. Escolhi o jornalismo por amor, e isso é suficiente para me fazer permanecer nesta instigante profissão até o fim.

Jornalismo é para mim a mais importante e fascinante missão a ser cumprida; é a mistura de várias sensações... É parte de mim...


sexta-feira, 16 de março de 2012

Uma turma inesquecível

Por Abidias Martins

Dedico este texto aos amigos que cursaram, comigo, o primeiro período de jornalismo no Cesmac, durante o segundo semestre de 2011. 

Turma reunida com o professor
Cláudio Jorge e a professora Stella.
Faltando o Isaac e a Roberta.

Iniciei meus estudos no curso de jornalismo na turma de 2011.2 no CESMAC. Foi o ponto de partida para a concretização de um sonho pessoal e posteriormente profissional.

Deparei-me com uma turma maravilhosa, onde cada aluno, com seu jeito especial, fazia com que cada aula se tornasse na mais brilhante experiência acadêmica.


Lembro com muita alegria das “palhaçadas” da Larissa Amália, das longas conversas do Dácio Caldas, do amor pelo Flamengo e intelectualidade da Candice Almeida, da famosa frase “isso é opressão” do Manoel Messias, da timidez do Éric Barros, da gentileza e inteligência da Rivadávia Dias, dos debates sobre futebol do Paulo Victor, Bruno Potasio, Ricardo Amaral e Carlos Henrique, do Isaac sempre falando de política, da Audrey Petrick com seu estilo cheio de personalidade, da Flávia Lima e sua bela amizade com a Leila Faé, do Wellington Luiz, mais conhecido como Pastor, do Anderson Souza e sua maneira amigável de tratar os colegas, da voz de locutor internacional do Gustavo Freitas, do sorriso contagiante e das maquiagens da Danyelle de Souza, da meiguice da Daniella Lopes, do estilo do corte de cabelo e tatuagem da Bruna, do Raphael Abs que sempre foi um dos primeiros a chegar à faculdade, da Géssika Costa com sua simplicidade e irreverência, da Salma Yasmin e do Bispo Filho que nos deixaram logo no início do período, e da Júlia que sempre fazia falta nos dias de sexta-feira. Ah, ia me esquecendo dos visitantes Zélio Marulo, sempre cômico e com seu bordão “é nóis papai”, e a elegante Roberta Colén.

Dessa galera ganhei o apelido de “Adorninho”, devido às intervenções que eu fazia nas aulas de Estudos Sócio-filosóficos da Comunicação da professora Stella. No começo fiquei meu encabulado quando diziam: Fala “Adorninho”. (Risos). Depois me acostumei.

Com eles não existia aula monótona, cada uma era mais dinâmica do que a outra.

Durante os quase seis meses que passei com essa turma, aprendi que nunca nos distanciamos totalmente das pessoas que marcam nossas vidas, pois elas sempre estarão presentes através das boas lembranças. 

Hoje estou em outra Universidade, mas o fato é que fui gestado para o jornalismo junto com eles. Continuamos sendo amigos e colegas de profissão.  Por isso desejo muito sucesso na carreira profissional de cada um, e que possamos nos encontrar por aí, nas reportagens e matérias da vida.

Jornal da Rua - Centro de Maceió,
com Larissa, Géssika, Ricardo, Bispo,
Salma, Rivadávia, Candice, e Flávia.
Turma reunida, exceto o Isaac e a Roberta Colén, na visita do 
Jornalista Lula Vilar e do Blogueiro e acadêmico de direito 
Marques, durante a aula da professora Stella . 
Com a professora Francisca. Mais
uma vez falta o Isaac e a Roberta.
Nessa o Isaac apareceu. Para quem
não o conhece, ele é esse do lado direito
por trás dessa garota de franja chamada
Audrey.



quinta-feira, 15 de março de 2012

A manipulação do comportamento social na era da tecnologia

Por Abidias Martins

Imagens Híbridas. blog.occiuzzi.com
Segundo o site Brasil Escola, comportamento social é o conjunto de regras adquirido e assimilado por um indivíduo para que, por meio delas, ele seja integrado ou excluído da sociedade. Nesse sentido o sujeito também usa mecanismos de defesa como justificativa para tomada de determinadas decisões e atitudes.

O Suíço Jean Piaget em seus estudos nos mostra que, à concepção da inteligência é algo ligado à ação e à adaptação ao meio. Esta citação nos faz entender que o comportamento humano é construído a cada dia, e depende das inúmeras intervenções – do meio social – que ocorrem durante esse processo. Essas intervenções podem ser positivas ou negativas, determinando assim o perfil de cada pessoa.

No contexto das práticas sociais contemporâneas, não podemos deixar de falar da influência da mídia e dos meios tecnológicos, pois eles são inerentes ao novo método de comunicação da sociedade moderna. De acordo com os estudos dos filósofos alemães Karl Marx e Theodor Adorno podemos concluir que, nos dias de hoje temos não somente a televisão e o rádio, mas também, e principalmente a internet e o celular como grandes aliados do sistema dominador e opressor do mundo capitalista, que faz uso de técnicas alienadoras a seu favor. E o que isso tem a ver com comportamento social? Tudo.

A mídia faz altos investimentos para conquistar mais e mais consumidores. Propagandas que antes eram veiculadas apenas em TV e rádio estão se proliferando por toda parte na internet. Não se entra em um site sequer que não se tenha um anúncio publicitário. Isso faz com que os internautas estejam em constante contato com o fetiche das promoções de produtos, que muitas vezes são desnecessários. Com isso a ânsia pelo consumo é inevitável.

Outra questão apontada por vários estudos, como o da socióloga e professora do MIT (Massachusetts Institute of Technology), Sherry Turkle, mostra que na medida em que as pessoas se aproximam do mundo virtual e tecnológico, naturalmente elas estreitam seus laços de relação humana, passando assim a viverem mais isoladas... Isso se agrava quando essa prática passa a alterar o comportamento dos usuários, chegando a causar violência e destruições pessoais e coletivas nas mais diversas áreas. Esse estudo está sendo feito por vários especialistas pelo mundo, mas há controvérsias sobre o assunto.

Claro que não podemos pôr a culpa na tecnologia, mas é preciso estar atentos ao mau uso dela. Jogos como “conter strike”, por exemplo, podem incentivar os jovens à violência; sites de relacionamento podem representar um grande perigo quando não são utilizados adequadamente.

Para compreender o risco desses meios podemos relembrar do caso do jovem Wellington Menezes de Oliveira de 24 anos, que entrou atirando na Escola Tasso da Silveira em Realengo no Rio de Janeiro, matando 11 crianças em abril de 2011. A polícia apurou que o assassino além de apresentar distúrbios mentais, também era fissurado em internet e assistia filmes violentos, o que teria contribuído para que o mesmo tomasse tal atitude.

Evidentemente que não pretendemos dar um diagnóstico das causas das mudanças e distúrbios no comportamento humano, afinal isso depende de um estudo mais profundo e detalhado, mas podemos tranquilamente assegurar que existem várias ligações entre comportamento social e o uso das novas tecnologias.

Conheça o sentido da imagem desta postagem - Clique aqui

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sapere Aude: um convite provocativo

Por Abidias Martins

Fonte da imagem:
http://iluministas.booomwork.com/ 
 
A expressão latina Sapere Aude, que quer dizer: ousa servir-te de tua razão, é sobretudo um convite para que o sujeito saia da zona de conforto, ou seja, da alienação e torne-se um ser pensante, capaz de fazer uma análise crítica de tudo aquilo que geralmente é imposto pelo sistema.

A dependência não faz parte do contexto deste conceito. Para o iluminismo o comodismo é uma condição de covardia; portanto é necessário viver na arena do debate, fugir da mesmice, "ser contrário".

Percebemos claramente que ao longo da história, nosso povo viveu e ainda vive na opressão da razão. A classe burguesa pouco se importa, ou melhor, não se importa com o esclarecimento da grande massa. É preferível que o povo viva na obscuridade, pois assim os mesmos podem ser manipulados com mais facilidade.

Dessa forma temos dois caminhos: ou ousamos sair para o combate de forma corajosa, ou nos posicionamos na fila dos covardes. E cá para nós, esta já está bastante concorrida.

segunda-feira, 12 de março de 2012

A era da tecnologia gera a sociedade do controle

Por Abidias Martins
Fonte da imagem: blogdofernandocoelho.blogspot.com

Vivemos literalmente na era da tecnologia, e estar conectado com esse sistema é cada vez mais necessário para o melhor funcionamento das práticas sociais do mundo moderno. Quem não se insere nesse processo está praticamente fora do contexto de um mundo cada vez mais virtual.

Celulares, câmeras, internet, códigos e senhas. Através dessas novas tecnologias somos controlados, o tempo todo, pelo sistema e por nós mesmos.

cantinhodaculturaedolazer.net 
O autor americano George Orwell quando publicou o livro 1984, descreveu uma vigilância controlada pelo Estado e que funcionava de forma arbitrária, com a finalidade de punir os cidadãos. No livro encontramos o personagem “o grande irmão” (ou big brother, na versão original), que é a figura por meio da qual o Estado controla toda a sociedade. Orwell escreveu esta obra de ficção baseado em seu olhar sobre os regimes totalitários, principalmente dos governos de Stalin, Hitler e Churchill que oprimiam a Europa e a Ásia nas décadas de 1930 e 1940. Na ficção, o fato de ser vigiado acabava sendo uma forma de controle que gerava uma grande insatisfação nos cidadãos.

Contudo, na contemporaneidade, o monitoramento deixou de ser algo incômodo. A vigilância ganhou status, sobretudo através das redes sociais como o Orkut, Facebook e Twitter. A subjetividade do indivíduo passou a ser partilhada no âmbito coletivo.

Nesse viés fica evidente que a evolução tecnológica rompe com os paradigmas convencionais de sociabilidade, e cria novos mecanismos de interação.

Muitas manifestações populares surgem das redes sociais. Recentemente várias revoluções contra governos ditadores do mundo árabe, ganharam impulso e tiveram resultados positivos através da disseminação de idéias e incentivos por meio dessas redes.

Podemos concluir que toda essa evolução tecnológica contribui para a proliferação das lutas populares, e da prática da sociabilidade sem fronteiras, na perspectiva de um mundo mais democrático. A mesma também promove uma comunicação mais rápida e eficiente. Mas, é imprescindível que os usuários tenham consciência de seus atos ao usarem o mouse e o teclado, pois um deslize de conduta pode comprometê-los seriamente.


Fonte da imagem: blog.professoralex.com