A equipe VOZ Online entrevistou o professor, escritor, radialista e jornalista Ricardo Moresi. Conversamos sobre a trajetória de vida e os caminhos pessoais e profissionais deste grande comunicador alagoano.
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terça-feira, 23 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
Institucional - TD Negócios Imobiliários
Locução: Abidias Martins
Imagens: Bruno Reis
Edição: Ana C. Campos
Imagens: Bruno Reis
Edição: Ana C. Campos
Estudantes da UFAL recebem menção honrosa em Prêmio CBN de Jornalismo Universitário
Reportagem 'Vidas em risco: às margens do rio e do poder público' foi realizada pelos alunos Abidias Martins e Márcio Anastácio
Deriky Pereira – estudante de Jornalismo
A reportagem Vidas em risco: às margens do rio e do poder público,produzida pelos estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Abidias Martins e Márcio Anastácio, recebeu menção honrosa na 6ª edição do Prêmio CBN de Jornalismo Universitário e será veiculada na programação da rádio nesta quarta-feira, 1º de outubro.
Em seu perfil em uma rede social, o estudante Márcio Anastácio comemorou a vitória. “Entre mais de 100 reportagens de todo o Brasil, essa menção honrosa saiu para nós e caiu no colo de todos estudantes e professores de jornalismo que acreditam em uma Comunicação Social referenciada nas demandas da sociedade”, disse Márcio.
O Prêmio CBN de Jornalismo Universitário chega em sua 6ª edição reafirmando seu principal objetivo: descobrir jovens talentos e aproximá-los do rádio, além de estimular e divulgar produções radiofônicas produzidas por estudantes. Esse ano, teve como tema Bem aqui do meu lado, alguma coisa está fora da ordem e contemplou a reportagem Falta de políticas públicas para haitianos que estão no Brasil do estudante Cássyo André Sonda, do Centro Universitário Cândido Rondon, em Cuiabá (MT), como vencedora.
O juri desta edição foi composto pelas professoras Sylvia Moretzsohn, da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Patrícia Rangel, da ESPM; e os jornalistas Douglas Ritter, Liriane Rodrigues e Marcos Guiotti. Clique aqui e confira a reportagem vencedora e as menções honrosas, dentre elas a que foi recebida pelos estudantes da Ufal.
Notícia originalmente publicada no site da UFAL - Clique aqui
Notícia originalmente publicada no site da UFAL - Clique aqui
Abidias Martins vence 3º prêmio de jornalismo
Originalmente publicado no site TNH1, Canal do Programa Feito Pra Você, da TV Pajuçara. Para assistir diretamente do site Clique aqui
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
RadioJornal da UFAL - Primeira Edição 01/12/14
Trabalho da
disciplina Gêneros Radiofônicos, do curso de Jornalismo, da Universidade
Federal de Alagoas.
Âncoras: Abidias Martins e Isis Malta
Repórteres: Abidias Martins, Daybson Vasconcelos, Isis Malta
e Sara Assis.
Edição de áudio: Abidias Martins
Professora: Lídia Ramires
Alagoas recebe megaevento de jogos eletrônicos
Reportagem sobre o Nerd Legends, um mega evento para os apaixonados por jogos eletrônicos, em Alagoas. Veiculação no Programa Estúdio Correio, da Rádio CBN Maceió, neste sábado 15-11-14.
Riacho Salgadinho: um rio de lágrimas
Na capital, poluição de águas fluviais põe em risco a saúde de milhares de alagoanos
Repórteres
Abidias Martins
Itawi Albuquerque
Márcio Anastácio
Ao fundo, a praia da Avenida onde deságua toda sujeira do salgadinho. Um verdadeiro contraste. Foto: Itawi Albuquerque |
Só com imagens antigas, do início do século do XX, é possível viajar pelo passado, mergulhar em um período que nem de longe existe mais. Ele já foi conhecido como rio da integração de Maceió, as águas cristalinas abrigavam vida aquática e suas margens eram palco das brincadeiras de crianças e adolescentes. Hoje, o riacho Salgadinho põe em risco a saúde de milhares de alagoanos, e tornou-se um expoente histórico de descaso do poder público.
“O Rio era limpo, tinha peixe, não tinha calçada, inclusive, a minha mãe lavava roupa num chafariz que tinha perto e enxaguava nas águas do Salgadinho”, lembra Marinalva Santos. A professora que, quando ainda menina, banhou-se nas águas do Salgadinho, hoje acompanha o crescimento dos seus netos à margem de um esgoto a céu aberto.
Conhecido primeiramente como Maçayó, a extensão do riacho Reginaldo, só ganha o nome de Salgadinho perto da sua foz, quando entra em contato direto com água do mar. Sua nascente ficava no Poço Azul, localizado no bairro do Jardim Petrópolis, em Maceió. Ela já não existe mais a cerca de dois anos.
O desmatamento da vegetação nativa, a impermeabilização do solo e a explosão de poços artesianos particulares são apontados por especialistas como os principais fatores de extinção da nascente. Segundo os últimos estudos de Hidrologia Urbana da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a bacia hidrográfica do Reginaldo tem treze quilômetros de extensão, corta dezessete bairros de Maceió e faz parte da vida de cerca de 100 mil pessoas.
Para o especialista em Hidrologia Urbana, Marllus Neves, o crescimento desordenado da cidade foi um dos grandes causadores deste problema ambiental da capital alagoana. “Historicamente, os rios sempre foram um fator de aglutinação de pessoas. Em Maceió, o riacho Salgadinho passou de um ambiente de convivência para um lugar onde você joga seus dejetos e ele leva para o mais longe possível”, disse o hidrólogo.
Urubus comem carniças e lixos acumulados na praia da Avenida após inundação do Salgadinho. Foto: Itawi Albuquerque |
Contato com a poluição diminui expectativa de vida
Na grota do aterro, não é difícil encontrar crianças brincando próximo às águas poluídas do riacho. Em tempo de chuva, elas chegam a tomar banho nos córregos localizados na comunidade. Em meio a insetos, dejetos sólidos e esgoto, elas são as que mais sofrem com problemas de saúde causados pela poluição. Isto acontece porque os seus sistemas imunológicos não são completos, estão em fase de desenvolvimento.
Dr. Fernando Luiz de Andadre. Foto: Abidias Martins |
O médico do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), Fernando Luiz de Andrade, explica que são constantes os atendimentos a moradores das áreas próximas ao rio poluído. “A gente recebe quadros de infecção o ano todo, é claro que no tempo de chuva esse índice aumenta por conta das inundações. É principalmente em contato com as águas poluídas que as pessoas contraem as doenças”, revela o especialista do HDT.
De acordo com o infectologista do SUS, as patologias mais registradas pelo HDT são diarreia bacteriana, causada pela contaminação de água ou alimentos por meio da bactéria Shigella;hepatite do tipo A, um tipo de vírus encontrado no sangue e fezes humanas; leptospirose, transmitida pela urina do rato, além de parasitoses intestinais como: a ascaridíase, conhecida como lombriga, a teníase – comumente chamada de solitária, ancilostomíase – conhecido como amarelão, dentre outras.
“Meu filho hoje tem 19 anos, mas eu já sofri muito para cuidar dele, caiu no córrego com três aninhos e até hoje ele tem ameba, é anêmico, asmático e o médico só fala que é por causa disso aqui. Agora eu estou sofrendo com o meu neto” lamenta a empregada doméstica Marília da Silva.
Com expectativa de vida abaixo da média nacional, Alagoas vê os seus indicadores sociais sendo puxados para baixo por influência da contaminação do meio ambiente. “Em âmbito global, se a pessoa vive a vida toda nessas áreas, ela tende a viver menos. A infecção de repetição pode causar outras doenças e até levar à morte”, alerta o médico.
A diminuição da longevidade de homens e mulheres, quando expostos à poluição, é notada desde a fase infantil. “As parasitoses e infecções intestinais repetidas afetam o desenvolvimento físico e cognitivo, inclusive, atrasam o crescimento intelectual na escola, por exemplo,” afirma o infectologista.
Sem intervenção, devastação ambiental avança
A transformação do riacho de águas limpas para um esgoto a céu aberto teve início no bairro do Canaã, parte alta da capital alagoana. O déficit habitacional enviou até as margens do rio, milhares de famílias. Para construir suas casas, as pessoas derrubaram a mata ciliar, composta por árvores nativas da região ribeirinha.
Em seu livro “Canais e Lagoas”, o jornalista Octávio Brandão, já em 1916 alertava: “O Reginaldo é um rio infante com as graves mazelas dos rios velhos. Nisto, há um culpado: é o homem que, criminalmente, cortou suas matas”.
Para constatar essa realidade, é só observar a extensão que vai da Grota do Canaã até o Vale do Reginaldo. Lá, a maioria das casas possui ligações feitas com tubos de PVC que levam diretamente para o rio, fezes, urinas, restos de alimentos, águas com sabão e outros tipos de dejetos. Nas margens da bacia hidrográfica, são cerca de 40 mil casas sem saneamento básico atacando, desta forma, o meio ambiente diariamente.
Atualmente não existe nenhuma ação concreta por parte do poder público, cuja intenção seja enfrentar o problema com a grandiosidade que ele merece. Medidas paliativas vêm sendo desenvolvidas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). “Temos projetos no âmbito municipal e estadual. Consistem em várias intervenções como: realocação de parte da população, drenagens, pavimentações, coletas de esgotos, limpezas e abertura de vias”, destaca o diretor técnico do IMA, Ricardo César.
Para o especialista em hidrologia urbana, Marllus Neves, é necessário além de educação ambiental, consciência política. “A palavra chave é o saneamento, a educação tem que vir não só para dizer às pessoas que não podem jogar lixo, mas educar para cobrar o poder público para fazer a parte dele”, enfatiza o especialista.
Trabalhadores recolhendo lixo na Praia da Avenida. Dois sofás foram arrastados pelas fortes correnteza do salgadinho. Foto: Itawi Albuquerque |
Riacho possui projeto de despoluição
Ao redor do mundo, não é difícil encontrar exemplos de rios que foram despoluídos. Um deles é o Tâmisa, na Inglaterra, que chegou a ser conhecido como “Grande Fedor”. Na Inglaterra, é possível encontrar registros de mortes devido ao seu alto nível de poluição. Para a sua recuperação, foram necessários 150 anos de investimentos. Na França o Sena, teve seu processo de reabilitação iniciado em 1996, e segue em processo contínuo de despoluição. Estima-se que até 2015 o rio esteja completamente recuperado.
Mas não é preciso ir muito longe, para encontrar iniciativas públicas cuja intenção é despoluir. O Projeto Tietê, iniciado em 1992, pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) já está na terceira etapa, prevista para ser concluída em 2016, com investimento superior a R$ 4 bilhões. Como é um projeto a logo prazo, ainda não se pode ver os resultados.
Em Pernambuco, o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, prevê a construção de sistemas de esgotamento sanitário, projeto de uma nova estação de tratamento de todo o esgoto de Petrolina, além de ações para a recuperação da fauna. Ao todo, são mais de R$ 78 milhões em investimentos. Os recursos foram liberados em Março pelo Governo Federal.
Em Maceió, a despoluição do Salgadinho já possui um projeto concreto, assinado pelo engenheiro Vinícius Maia Nobre. “Se criaria coletores laterais, que substituiriam os atuais esgotos irregulares. Isso seria o emissário terrestre. Daí o esgoto segue para uma estação elevatória, que é uma caixa coletora bem maior para ser tratado”, explica o especialista. Depois disso se daria início à segunda etapa do processo de tratamento. “Na caixa coletora a parte sólida é retirada e destinada ao aterro sanitário. Já o líquido, é despejado numa altura próxima da rua na direção do emissário” finaliza.
Para recuperar as águas do Salgadinho seriam necessários mais de R$ 250 milhões. Só que o maior desafio é iniciar as obras, já que se trata de um projeto de estado e não de governo. E assim como a maioria da população, a professora Marinalva mantém a esperança de que isso possa acontecer. “Sonhar, eu sonho, mas a vontade política é pouca”, desabafou a educadora.
Assista o vídeo abaixo e perceba o quanto é preciso revitalizar o Salgadinho para que futuras gerações não sejam vítimas de doenças e contaminações.
GALERIA DE FOTOS ll clique para ampliar
Enchente no salgadinho com destruição da ponte e linha férrea. Arquivo MISA |
Uma pessoa desce do carro para observar e contemplar às águas do Salgadinho. Arquivo MISA |
No início do século XX, poucas casas, a maioria de taipa, às margens do Salgadinho. Arquivo MISA |
Natureza viva no Salgadinho. Imagem rara. Arquivo MISA |
Falta de educação: fator que desencadeia o aumento da poluição do rio e a falta de tratamento adequado à água e principalmente aos esgotos que caem no percurso do rio. Foto: Itawi Albuquerque |
O rio sofreu intervenção urbana e hoje é visto como esgoto. Foto: Itawi Albuquerque |
É possível imaginar que está orla teria potencial turístico e imobiliário. Foto: Itawi Albuquerque |
Pessoas observam a triste cena da poluição do rio. Foto: Itawi Albuquerque |
Materiais como plástico e borracha de difícil degradação podem durar séculos para se decompor. Foto: Itawi Albuquerque |
É comum ver, muito cedo, garis fazendo uma limpeza superficial na praia. Ação da prefeitura parece interminável. Foto: Itawi Albuquerque |
Pichação "Lágrimas de sangue"
resumem o sofrimento do rio.
Foto: Itawi Albuquerque
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Triste contraste de um belo azul do mar recebendo água e lixo do riacho salgadinho. Foto: Itawi Albuquerque |
Setor imobiliário da região é desvalorizado por causa do acúmulo de resíduos sólidos na praia da Avenida. Foto: Itawi Albuquerque |
*** Reportagem originalmente publicada no Blog Ecologia Universitária UFAL - Clique aqui
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
sexta-feira, 7 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
sábado, 1 de novembro de 2014
Rodoviários de Maceió: reféns da violência
Numa reportagem especial, Abidias Martins mostra as angustias do motorista Valmir e da cobradora Michele, que representam o desespero de toda a classe dos rodoviários de Maceió. Sem alternativa, eles enfrentam, diariamente, os mais diversos riscos da profissão: assaltos, desconforto, brigas, jornada de trabalho cansativa, estresse e muitas outras dificuldades. Mas nada se compara à violência.
Uma dura realidade em que a vontade de desistir é constante. Não é fácil trabalhar imaginando ser a próxima vítima. O sistema é injusto? A realidade pode ser modificada? Os três mil e quinhentos motoristas e cobradores de Maceió gostariam de mudar de profissão? Para a maioria, não há mais tempo. Todos precisam alimentar suas famílias, criar seus filhos com dignidade. Mas, afinal, o que os move ? A resposta é uma só. A fé.
Uma dura realidade em que a vontade de desistir é constante. Não é fácil trabalhar imaginando ser a próxima vítima. O sistema é injusto? A realidade pode ser modificada? Os três mil e quinhentos motoristas e cobradores de Maceió gostariam de mudar de profissão? Para a maioria, não há mais tempo. Todos precisam alimentar suas famílias, criar seus filhos com dignidade. Mas, afinal, o que os move ? A resposta é uma só. A fé.
Acompanhe abaixo, na reportagem de Abidias Martins:
Hospital cria comissão para conseguir doadores de órgãos
O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes está em fase de estruturação da sua nova Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). O objetivo é diminuir a fila de espera para transplantes de órgãos em Alagoas.
A comissão servirá para notificar à Central de Transplantes do estado sobre a existência de paciente com possibilidade de morte encefálica. A partir dai, são feitos os exames definidos em protocolo pelo Conselho Federal de Medicina. Caso o diagnóstico (morte) seja confirmado, a comissão, junto com uma equipe multidisciplinar, faz a abordagem da família, além do trabalho educativo e de orientação junto aos funcionários do hospital.
A comissão servirá para notificar à Central de Transplantes do estado sobre a existência de paciente com possibilidade de morte encefálica. A partir dai, são feitos os exames definidos em protocolo pelo Conselho Federal de Medicina. Caso o diagnóstico (morte) seja confirmado, a comissão, junto com uma equipe multidisciplinar, faz a abordagem da família, além do trabalho educativo e de orientação junto aos funcionários do hospital.
O Brasileiro ainda não tem a cultura de doação de órgãos, por isso, a comissão vai ajudar na divulgação da importância desta iniciativa.
Acompanhe abaixo, na reportagem de Abidias Martins e Manuel Henrique:
quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Sem seguro automotivo, pedreiro perde carro após 24h da compra
Depois de juntar dinheiro por vários anos e comprar o veículo à vista, o sonho se transformou num pesadelo
Repórteres – Abidias Martins e Luciano Amorim – UFAL
Carro rodou na pista e bateu no muro da oficina. Foto: Cortesia
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Com o impacto, a parede do imóvel caiu sobre o veículo. O sinistro deixou o carro destruído, apesar de o condutor ter sofrido apenas escoriações. O prejuízo se tornou maior, por conta do serviço de reforma da oficina, que ficou avaliado em três mil e quinhentos reais.
Paulo recebeu a notícia com muita tristeza, já que tinha esperado bastante para conquistar seu primeiro veículo. “Foram economias de muito tempo, que fiz com o dinheiro que ganho como pedreiro. Paguei à vista, e agora vou ter que arcar com o prejuízo”, lamentou.
Algumas semanas depois do acidente, o carro foi trocado por uma moto CG 125 FAN, no valor de três mil e duzentos reais. Dinheiro que mal serviu para custear a reforma da oficina.
Valdeci e a esposa, Vânia, com o novo carro. Foto: Cortesia |
Acidentes comuns
De acordo com Mário Dantas, escrivão da Delegacia de Acidentes e Delitos de Trânsito de Maceió, mais de 300 inquéritos policiais foram instaurados por acidentes de trânsito, de janeiro a agosto de 2014. Mais de 200 foram causados por embriaguez ao volante e em pouco mais de 100 ocorreram mortes.
Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), afirmam que a frota de veículos no estado de Alagoas, até o mês de agosto de 2014, entre carros e motos, era de mais de 647.000. Deste total, aproximadamente 70% transitam sem seguro automotivo.
Outro problema, que acontece nas grandes capitais, são os roubos de veículos. Carros populares como Gol e Uno são os que mais são roubados no Brasil e também em Alagoas, de acordo com divulgação da Confederação Nacional das Empresas de Seguro (Cnseg).
A necessidade do seguro
Otávio Vieira Neto. Foto: Luciano Amorim |
Em caso de incêndio, batida, chuva, desabamento etc., o proprietário de um veículo está protegido. E se o condutor bater em outro carro, por exemplo, vai responder civilmente e pode perder outros bens. “O bom é que o seguro também cobre os danos de terceiros, além de atendimentos hospitalares. Por isso, é indispensável contratar um seguro, hoje em dia”, disse o presidente.
Tendo como exemplo o caso de Paulo, pedreiro citado no início desta reportagem, Otávio faz questão de alertar: “Um acidente pode acontecer em fração de segundos. Por incrível que pareça, estes casos acontecem constantemente. Em Maceió, a nossa Avenida Fernandes Lima é recorde em acidentes”, alerta o presidente do Sincor.
De acordo com Otávio, já existem clientes que primeiro pesquisam o preço dos seguros, para só depois comprar o carro. Ele ainda destaca que o ideal é que se faça o seguro antes mesmo de pegar a chave do veículo. Em alguns planos, no ato do agendamento da vistoria já existe cobertura. “Em seguro, não se pode contar com a sorte”, finalizou.
O diretor financeiro do Sincor-AL, Edmilson Ribeiro, diz que “muito mais do que os gastos, o cidadão deveria aderir ao seguro pela responsabilidade civil e por consciência. Ainda temos muitas pessoas que não têm noção da responsabilidade diante de um acidente de trânsito. O seguro serve para reparar danos que podem acontecer com qualquer um de nós”, destacou o diretor.
Outra questão importante tem a ver com os financiamentos. Se acontecer roubo ou furto de um carro financiado, o banco quer o carro quitado de qualquer jeito. Com o prêmio (indenização) estabelecido na apólice do seguro, o proprietário pode quitar a dívida com o banco, e ainda sobra dinheiro para dar entrada num carro novo.
Mercado em alta
Ainda segundo Edmilson, o mercado de seguros em Alagoas cresce acima da média nacional. Em 2013 o crescimento foi de cerca de 20%, contra 15% do restante do país. Já em 2014, o número se mantém estável. “A economia está estabelecida. Se a inflação permanecer deste jeito, a expectativa é crescer ainda mais. O nordeste tem grandes tendências de ascensão econômica para os próximos anos. Esperamos que este quadro se mantenha”, finalizou o diretor.
Seguros para carros usados
Antes do acidente: Fiat Uno com a placa de venda. Foto: Cortesia |
Nem sempre é fácil contratar seguro para carros usados. De acordo com Djaildo Almeida, corretor da Jaraguá Seguros e professor do Sincor-AL, algumas seguradoras do estado não aceitam veículos muito antigos ou sucateados. A maioria só trabalha com carros com até dez anos de uso. Este prazo pode ser estendido, se o veículo não tiver itens com danos superiores a 40%. As principais restrições são com carros que já tenham sofrido muitas batidas consecutivas, colisões de frente, sem licenciamento, com pneus carecas, com chassi ilegível ou remarcado. “Diante disso, as chances de se fazer um seguro são muito baixas. As exigências seguem as normas do Código Nacional de Trânsito”, falou o corretor.
No entanto, se o carro já possui seguro há mais de 15 ou 20 anos, nada impede que seja feita a renovação periódica. Uma opção são os seguros específicos, que embora não cubram 100% dos itens, podem fazer toda a diferença. Alguns pacotes protegem contra roubo, danos a terceiros e oferecem prestação de atendimento 24 horas. Nesses casos, as empresas fazem adequações à realidade do cliente e o custo benefício é diferenciado.
Djaildo alerta, ainda, para o cuidado com os seguros ilegais. Segundo ele, muitas “empresas” oferecem vantagens que não podem ser cumpridas, como cobertura de itens que não constam no contrato, ou ainda o pagamento de indenizações acima do valor real. O ideal é pesquisar o cadastro da seguradora na Superintendência de Seguros Privados (Susesp), ou se informar na sede do Sincor-AL. “Se a vantagem oferecida for muito boa, desconfie”, finalizou o corretor.
O seguro para um Fiat Uno, ano 2006, tem estimativa de custo entre mil e quinhentos e três mil reais. Para isso, o veículo precisa ter a chave codificada, ou seja, só funcionar com as chaves originais. As seguradoras fazem esta exigência para diminuir as chances de roubo. Se o Uno for de 2014, o valor do seguro diminui, fica entre mil e quinhentos e dois mil reais. O Gol, da Volkswagen, está na mesma média. Já o Celta 2014, da Chevrolet, possui condições mais baratas, fica entre mil e quinhentos e mil e setecentos reais.
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